O Conselho Universitário (Consu) em sessão ordinária realizada nesta terça-feira (25) outorgou a concessão do título de Professor Emérito da Unicamp a Alvaro Penteado Crósta, professor sênior do IG. A data da cerimônia de entrega dos títulos ainda será definida.
A indicação de Crósta – que também é membro do Conselho Científico e Cultural do Instituto de Estudos Avançados da Unicamp (IdEA) – foi apresentada pelo diretor do IG Emilson Pereira Leite, que ressaltou a dimensão da contribuição científica e da produção acadêmica do seu trabalho para a academia internacional. “É uma liderança na área de geologia planetária no mundo, referência mundial no estudo de crateras de impacto e pioneiro no sensoriamento remoto aplicado à exploração mineral. Foi responsável por descobertas fundamentais no Brasil”, aponta Leite. Já o reitor da Unicamp, Paulo César Montagner, recordou uma convivência próxima com Crósta, entre 2012 e 2017, quando o geólogo ocupou a posição de Coordenador Geral da Universidade. “Fico feliz com essa indicação, tivemos um ciclo robusto, aqui”, disse.
Crateras de impacto
Cósta graduou-se geólogo pela Universidade de São Paulo (USP) e recebeu o título de mestre no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), na área de processamento remoto. Ingressou na Unicamp em 1983, como professor do Instituto de Geociências (IG). Em 1986, realizou seu doutorado no Imperial College of Science, Technology & Medicine (em tradução livre, Faculdade Imperial de Ciência, Tecnologia & Medicina), da Universidade de Londres. Foi pesquisador-visitante no Laboratório de Propulsão da NASA (Estados Unidos), na Universidade de Nevada (Estados Unidos), e nas universidades de Viena (Áustria) e de Humboldt (Alemanha), além de ter atuado como professor convidado do Instituto de Petróleo da Universidade Khalifa, nos Emirados Árabes Unidos.
Na Unicamp, participou da implantação do Laboratório de Processamento de Informações Georreferenciadas (Lapig), do IG, que se tornou referência brasileira em pesquisas e aplicações em geoprocessamento, e fundou o grupo de pesquisa em Geotecnologias. Atuou para a consolidação do departamento de Metalogênese e Geoquímica e do programa de pós-graduação em Geociências. Foi pioneiro na identificação e no estudo de crateras de impacto, resultantes de colisões de grandes corpos celestes, como meteoritos e asteroides, com o planeta Terra, tendo descoberto e caracterizado nove crateras meteoríticas de grandes dimensões no Brasil, que têm servido de referência para estudos de análogos terrestres. Atualmente, dedica-se à pesquisa sobre a formação de crateras no Titã, maior satélite natural de Saturno, um trabalho que pode contribuir para a investigação das possibilidades de criação de condições do surgimento de vida em outros corpos planetários.
Sua carreira foi marcada, também, pela dedicação a atividades de gestão, seja em diferentes esferas da Universidade, seja em instituições de fomento ao ensino e à produção científica. Foi assessor e chefe-adjunto do gabinete do reitor e pró-reitor de desenvolvimento universitário, além de coordenador geral da Universidade, quando criou o Programa Campus Tranquilo – Universidade Viva, que serviu de embrião para a criação da Secretaria de Vivência dos Campi da Unicamp (SVC). Presidiu o conselho curador da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp) e participou de conselhos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No IG, ocupou os postos de chefe do departamento de Metalogênese e Geoquímica, coordenou e dirigiu o programa de pós-graduação em Geociências.
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Foto: SEC




