Nivaldo da Silva e Heber Caponi, pesquisadores da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), além de Marcelino Ricardo, estiveram no Instituto de Geociências (IG) no dia 22 de setembro para a realização de testes de detecção de radônio – gás radioativo sem cheiro, cor ou gosto presente no ar, resultante do decaimento do urânio. Os testes fazem parte da pesquisa que está sendo desenvolvida por Danila Dias, aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Geociências do IG, sob orientação de Wanilson Silva, do IG, e Nivaldo da Silva, da ANSN.
Uma primeira etapa da pesquisa já havia sido realizada nos espaços do IG com a instalação de dosímetros de radônio na Unidade, avaliando a exposição interna dos ambientes ao gás. Os dosímetros são pequenas placas feita de um polímero especial sensível à radiação emitida pelo radônio que permitem avaliar a presença desse gás nos ambientes. A indicação da necessidade de testes complementares no IG ocorreu durante o exame de qualificação do doutorado de Dias, cuja pesquisa está sendo desenvolvida em ambientes da Unicamp e da cidade de Poços de Caldas (MG). "A cidade mineira tem potencial para níveis mais elevados de radônio devido aos depósitos de urânio na região. Já a Unicamp está situada sobre um tipo de solo chamado latossolo ou 'terra roxa', como é conhecido porpurlamente, cujos níveis de radônio geralmente são baixos. Comparar os dois extremos faz parte da tese de Dias", completou Wanilson Silva.
Segundo Nivaldo da Silva, “o material radioativo que está no solo e nos materiais de construção emite uma radiação e essa radiação pode interagir com o corpo”. Essa é a chamada exposição externa. “Nessa etapa, nós estamos analisando a exposição externa nos vários compartimentos como salas e corredores”. O pesquisador da ANSN destaca que, no geral, esses valores são muito baixos, mas que o monitoramento é essencial, dado que, a depender da concentração, o radônio pode provocar danos à saúde. Nos ambientes em que há exposição ao radônio, a recomendação é estimular a circulação de ar. A tese de doutorado da Danila Dias tem o apoio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e será defendida no segundo semestre de 2026.
Veja o que já foi publicado sobre o assunto:
Pesquisadores irão monitorar gás radioativo na Unicamp e em Poços de Caldas
Pesquisador da Comissão Nacional de Energia Nuclear faz demonstração para estudantes de Geologia
Texto e fotos: Eliane F. Daré
Galeria de imagens
Aparelhos usados na medição
Equipe do IG recebe pesquisadores da ANSN




