O clima do planeta está em transformação. Estamos em uma década crítica quando se trata de evitar que o aquecimento global atinja proporções catastróficas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climática (IPCC, na sigla em inglês), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), vem desempenhando, desde 1988, um papel importante no sentido de fornecer avaliações científicas sobre a mudança climática global, suas implicações e os possíveis riscos futuros. Esse tem sido um trabalho responsável por promover um conhecimento sólido a respeito do assunto para os tomadores de decisão, propondo opções de adaptação e mitigação. Em seu sexto relatório, recém-publicado, o IPCC evidencia a necessidade de eliminar o consumo de combustíveis fósseis (um dos principais contribuidores para a emissão de gases do efeito estufa) e prevê que, nos próximos 2 mil anos, o nível médio global do mar aumentará entre 2 e 6 metros, se o aquecimento ficar limitado a até 2ºC. Contudo, à medida que a política climática vem se tornando mais complexa e que os eventos climáticos extremos vêm ocorrendo em espaços de tempo mais curtos, o IPCC é cada vez mais chamado a desempenhar papéis não previstos 35 anos atrás e para os quais o órgão não está preparado.
Estudos desenvolvidos no Instituto de Geociências (IG) da Unicamp analisam a atuação do IPCC. Leia no Jornal da Unicamp.
Por Eliane Fonseca Daré
Fotos: Felipe Bezerra e Miguel Monteiro
Edição de imagens: Paulo Cavalheri e Alex Calixto