Novembro de 2021 nunca será esquecido por Gabriel Pelizari, Thassia Pine Gondek e Vitória Ventura. Os três estudantes do terceiro ano de graduação em Geologia do Instituto de Geociências da Unicamp receberam a notícia, junto com Ana Clara Arantes Villas Boas de Barros, da ESALQ/USP; João Pedro Cosso, da UERJ e Vítor Ribeiro Guimarães Gomes, da UFSCar – Sorocaba, que a equipe é uma das 37 finalistas globais do “NASA International Space Apps Challenge” - o maior hackathon do mundo destinado para o público geral que busca solucionar desafios propostos pela agência espacial norte-americana. Em outubro o grupo ficou entre as três equipes vencedoras da etapa regional de Campinas, a 20ª cidade do mundo a mais enviar projetos para o hackathon. Em dezembro serão anunciadas as 10 equipes vencedoras, que ganharão uma viagem para visitar a agência espacial e assistir o lançamento de um foguete.
De acordo com Vitória, “os participantes da edição de 2021 tinham a missão de elaborar em menos de 48 horas um projeto criativo e de alto impacto como solução para algum dos 28 temas dos desafios. Os temas envolveram mudanças climáticas, mapeamento do lixo espacial em tempo real, identificação de riscos de deslizamentos de terra e muitos outros. A etapa de elaboração do projeto ocorreu, simultaneamente, em mais de 162 países, no fim de semana dos dias 2 e 3 de outubro de forma integralmente virtual”.
Os estudantes propuseram uma solução para o desafio “WARNING: THINGS ARE HEATING UP!” (“AVISO: AS COISAS ESTÃO ESQUENTANDO!”, em português), no qual a NASA esperava que os participantes utilizassem dados abertos e desenvolvessem uma ferramenta para gerar avisos de riscos relacionados ao calor, permitindo uma preparação prévia da população. “Assim, a equipe desenvolveu o projeto MAKE IT COOL. O protótipo consistiu na elaboração de um site e um aplicativo que gera alertas sobre o estresse térmico em populações humanas. Para o cálculo desse fator de risco à saúde humana são necessários predições de uma série de variáveis como temperatura, umidade relativa, velocidade do vento e radiação solar. Usando tratamentos estatísticos sobre os dados disponibilizados pela NASA a partir da linguagem R, conseguimos realizar as previsões dos dados de temperatura e concentração de CO2 atmosférico para os próximos 2 anos”, conta a futura geóloga.
Foram incluídos conteúdos adicionais ao site, como um jogo no qual é possível aprender sobre que atitudes tomar para tornar o futuro melhor. Há também um espaço para que a comunidade possa compartilhar medidas de mitigação às mudanças climáticas. “Além disso, adicionamos uma série de informações sobre as mudanças climáticas e seus impactos no planeta e medidas de mitigação que podem ser adotadas em nível individual e governamental”, conta a aluna.
A equipe brasileira foi formada pela aluna do IG Thassia Gondek, que soube da oportunidade e convidou os colegas para formar um grupo interdisciplinar em que cada um pudesse contribuir com suas experiências e especialidades.
Em 2020 uma equipe de estudantes da Faculdade de Tecnologia (FT) da Unicamp, campus Limeira, e um estudante da Faculdade Claretiano chegou à fase global com a formulação de um jogo de educação e conscientização ambiental.
Por Eliane Fonseca Daré
Imagens: arquivo pessoal e NASA