Referência em Geografia, Geologia e em Política Científica e Tecnológica, o Instituto de Geociências da Unicamp (IG) comemorou 40 anos com mesas redondas, palestra, homenagens e atividades culturais nos dias 19 e 20 de setembro. Fundado em 21 de setembro de 1979 pelo geólogo argentino Amilcar Herrera, a Unidade foi pioneira ao escolher “recursos minerais” como seu tema central de estudos dentro de uma perspectiva multidisciplinar. Organizado inicialmente em dois departamentos, Metalogênese e Geoquímica e Administração e Recursos de Políticas Minerais, o IG é formado hoje por três Departamentos – Geografia, Geologia e Recursos Naturais e Política Científica e Tecnológica, todos considerados referência em suas respectivas áreas.
Na mesa de abertura das comemorações dos 40 anos, o diretor do Instituto, Sergio Salles, lembrou da importância de recordar o passado pensando no que está por vir. “O mundo que criamos está alterando os recursos do planeta. O Instituto foi criado com a perspectiva da diversidade, da relação entre sociedade, planeta e mundo. Foi pensando no desenvolvimento humano e nas relações com o planeta que o professor Amilcar Herrera trouxe a proposta do IG. Ele atraiu gente das ciências exatas, tecnológicas, circundada por ciências sociais e humanas e construiu uma organização sui generis”, disse. O diretor presidente do Conselho Técnico Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, agradeceu a contribuição do Instituto para aquela Instituição. “Muito do que temos feito de positivo na avaliação de impacto e na avaliação de resultados foram pensados e concebidos aqui”, disse. Já o reitor Marcelo Knobel, que conheceu Herrera fora do âmbito acadêmico quando seu pai lecionava na Universidade, agradeceu aos funcionários, estudantes, professores e a todos que contribuíram e que continuam contribuindo para a construção do IG. “É nesse tipo de celebração que devemos mostrar o que construímos. Não foram tempos fáceis, com crises econômicas e políticas, mas estamos aqui, cada vez mais fortes”, disse.
A primeira mesa-redonda, “Mundo e Terra no Antropoceno: tendências e desafios na produção do conhecimento”, mediada pelo docente do IG Marko Monteiro, reuniu o professor da UFPR, Francisco Assis Mendonça, e o docente colaborador do IG, Bernardino Figueiredo, que foi um dos primeiros docentes contratados do IG, depois de Herrera, junto com Celso Pinto Ferraz e Renato Dagnino. Com auditório lotado, o renomado climatologista Carlos Nobre, professor do Instituto de Estudos Avançados da USP, ministrou a palestra “Os riscos para a Amazônia das mudanças climáticas e do uso da Terra”. O docente abordou a Amazônia sob quatro perspectivas: como uma entidade regional do Sistema Terrestre no Antropoceno; os riscos à floresta causados pelas mudanças climáticas e pelo uso da terra; a possibilidade de interrupção de desmatamento; e a Terceira Via ou, como definiu, Amazônia 4.0, em que apresentou um novo paradigma de desenvolvimento sustentável para aquela região.
Homenagens
A aluna Marcela Stolf, do Centro Acadêmico de Geografia e Ciências da Terra, fez uma homenagem ao aluno Fernando Antônio da Silva, que faleceu em 2018 aos 26 anos logo após ser aprovado em um concurso na Universidade Estadual de Pernambuco. Fernando estudou “A pobreza na Região Canavieira de Alagoas no século XXI: do Programa Bolsa Família à dinâmica dos circuitos da economia urbana” em sua tese de doutorado defendida no IG em 2017. A excelência acadêmica de sua pesquisa de mestrado o levou à transferência para o doutorado em 2015.
Foram homenageados funcionários e docentes aposentados. O diretor associado do IG, Márcio Cataia, lembrou que a homenagem era um agradecimento àqueles que dedicaram uma parte de suas vidas ao Instituto. “É uma forma de dizer que, sem tudo isso que foi feito, não estaríamos aqui. Temos muito orgulho do que aqui fazemos em razão da qualificação do corpo docente e de uma qualificação ímpar do corpo administrativo do Instituto de Geociências”, disse na mesa de abertura das atividades do dia 20.
Atividades Culturais
Como em toda festividade, as atividades culturais também fizeram parte das comemorações dos 40 anos do IG. Foi inaugurada uma exposição permanente em homenagem a Amilcar Herrera no hall do auditório do IG. Entre as mesas-redondas, houve apresentação do Coral sob regência do maestro Paulo Rowlands, formado por alunos, funcionários e docentes do IG; além de apresentação de uma aula aberta de Biodanza, projeto ligado ao DEPI/GGUS.
Após o plantio de um Ipê Roxo, a comunidade do IG se reuniu para um café da manhã comunitário ao som do Projeto Rosa, do Aluno Artista da Unicamp, encerrando assim as comemorações.