Matéria publicada originalmente no site da Unicamp.
Representantes da Petronas, estatal de petróleo e gás da Malásia – país do sudeste asiático –, visitaram o Instituto de Geociências (IG) e o Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Unicamp no dia 31 de agosto. Omar Nizar Bin Abdullah, Jonas Castro e Fernando de Filippo conheceram a infraestrutura da Universidade, onde serão desenvolvidos os primeiros projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) contratados pela empresa no Brasil. Na oportunidade também ocorreu a apresentação de projetos.
De acordo com o docente Ricardo Perobelli Borba, do Departamento de Geologia e Recursos Naturais do IG, a empresa procurou o Cepetro para realizar uma chamada às cegas, na Unicamp, de projetos relacionados a óleo e gás. Foram inscritos 55 projetos, mas apenas três foram assinados com a empresa – sendo dois sediados no Cepetro e um no IG. O projeto que será desenvolvido no IG, sob a coordenação de Ricardo Borba, tem prazo de execução de quatro anos e terá investimento de cerca de R$ 6 milhões, incluindo o financiamento de bolsas para três estudantes de doutorado e dois de pós-doutorado. Além de Borba, os docentes Alfredo Borges de Campos e Wanilson Luiz Silva atuarão no projeto. Há também a possibilidade de participação nele de outros estudantes de graduação e pós-graduação.
O Cepetro cuidará da parte administrativa da pesquisa, enquanto o IG ficará com o desenvolvimento da parte científica. Para isso, a Unidade está adquirindo equipamentos para a implantação de um laboratório dedicado à pesquisa, que tem como objetivo melhorar a recuperação de óleo (Enhanced Oil Recovery-EOR), aumentando o grau de eficiência na extração dele. O EOR é um termo genérico para técnicas usadas a fim de aumentar a quantidade de petróleo bruto que não poderia ser extraído de outra forma de um campo. Nas últimas décadas vem ocorrendo um declínio no número de descobertas de reservas de petróleo e gás. Sendo assim o aumento dos fatores de recuperação de óleo aprimorado será crítico para suprir a demanda de energia nos próximos anos. “O laboratório, que será pioneiro no IG, permitirá realizar experimentos com pressões e temperaturas do reservatório do pré-sal contribuindo para a EOR e para a captura, utilização e armazenamento de carbono”, informou Borba.
Por Eliane Fonseca Daré
Imagem: Divulgação IG
Edição de imagem: Paulo Cavalheri