Uma parceria entre a Unicamp e a Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) possibilitou a instalação de duas câmeras de monitoramento astronômico no Museu Exploratório de Ciências. O objetivo é incentivar a ciência cidadã através de projetos relacionados à astronomia e à comunicação científica. Além das câmeras, que funcionam no período noturno, utiliza-se um software de registro dos meteoros. A inauguração da estação integra a programação do Asteroid Day, que trará a Campinas, nos dias 29 e 30 de junho e 3 de julho, uma série de eventos organizados pela Prefeitura Municipal, pelo Instituto de Geociências (IG) e pelo Museu Exploratório de Ciências da Unicamp.
Renato Poltronieri, da Bramon, esteve na Universidade no final de maio para auxiliar a instalação das câmeras, que passam a integrar uma rede de 134 estações em 19 Estados. A Bramon, criada em 2014, propõe o monitoramento de meteoros com a gravação de imagens e dados. No dia da instalação, já houve registro de meteoro no céu de Campinas.
Dentre as Universidades que integram a rede, estão a Unesp de Bauru e a Unimar de Marília. O responsável pela parceria na Unicamp é Álvaro Crósta, do Instituto de Geociências, que orienta um trabalho de iniciação científica sobre o tema financiado pela Fapesp. “Queremos desenvolver ciência, principalmente em projetos de alunos de graduação, e também para divulgação científica. A ideia é introduzir o tema para crianças e adolescentes que frequentam o Museu Exploratório de Ciências da Unicamp”, explica.
Renato Poltronieri, da Bramon e o professor Alvaro Crosta: As câmeras passam a integrar uma rede de 134 estações em 19 Estados
As duas câmeras instaladas na Unicamp podem registrar desde meteoros pequenos até os gigantes sprites – uma descarga plasmática de imensos raios em formato de medusa marinha que se forma no topo das nuvens de chuva e se move em direção ao espaço. Desde o início da operação da rede, diversos eventos espaciais já foram registrados, como o earthgrazer capturado em 2015 no interior de São Paulo – um tipo de meteoro que atinge camadas mais altas da atmosfera da Terra, percorrendo imensas distâncias. Dependendo do tamanho, do ângulo de aproximação da Terra e da velocidade, o objeto pode voltar para o espaço, como uma pedra que ricocheteia quando atirada rente à superfície de um lago.
As duas câmeras instaladas na Unicamp podem registrar desde meteoros pequenos até os gigantes sprites
Por se tratar de uma rede aberta, os dados coletados na Unicamp serão compartilhados. De acordo com Renato, não havia um trabalho de monitoramento de meteoros no Brasil, apenas de observação. “O hemisfério sul não é tão estudado como o hemisfério norte. Por isso, a Bramon montou câmeras para monitorar o espaço e descobrir novas chuvas de meteoros. Desde então, já foram descobertas mais de 20, todas reconhecidas pela União Astronômica Internacional”, finaliza.
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